terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Tarde Vermelha

Tarde vermelha, a carnificina já estava feita. Não era sede de vingança, tão pouco medo de morrer, o único prazer estava em ver sofrer. Morte, sangue e psicose. O único propósito era matar, alimentar o insano prazer, o vício em ver uma cena vermelha repleta de dor e sofrimento. 
Quando o medo bate na porta do mais forte, quando a dor se apresenta em silêncio, ela se torna agonizante, e o forte não tem força que suporte. Quando a freqüência do pulsar aumenta, a tortura se torna insuportável a quem sente. 

Alguma vez você pensou na morte? 
Em silêncio, ou de modo que possam ouvir?

A primeira vez que vi a morte de perto, foi quando eu tinha nove anos. Foi em uma manhã de domingo, onde todos se dirigiam para adoração de Jesus Cristo, o santo filho de Deus. Aquele que morreu na cruz por cada grão de areia deste Planeta chamado “Terra” 
O Padre Antônio era um homem muito respeitado e querido por todos da região, tinha sempre uma lição de vida para cada ovelha. 
Em algum momento que me vem a cabeça como um soco na mente e me causa uma certa ânsia, acho que foi durante a oração de São Sebastião que um menino Ruivo, bem branquinho e olhos negros, que pelo qual era um de seus ajudantes, surgiu e disparou 6 tiros na cabeça do Padre Antônio. Lembro que o menino deu um leve sorriso, observou todas as pessoas presentes e paralisadas com a situação Psicótica, e sentou acariciando a cabeça do pobre senhor. 


Quando o sol se esconde e a sombra toca a terra, surge a marca de um homem e sua jaqueta preta. Suas botas silenciosas e gotas que carimbam a terra do Pecado. 
O cheiro de pólvora e ferrugem. Pulsares intensos que se silenciam ao eterno.

[...]

Jonathan Villaça

domingo, 1 de dezembro de 2013

Sobre Tudo aquilo que não sei dizer

Acordei em silêncio, atento aos pensamentos, ao mundo, meu mundo.
Pensei em lhe dizer tantas coisas...
Das coisas que sinto...
De minha caixa em segredos, somente eu li.
Escrevi mil coisas, mil rastros e chorei na saudade.

Eu sei, é tudo tão estranho...
O tempo muda a gente o tempo inteiro.

Na saudade eu não sei dizer, e essa angustia me agoniza sobre todas as coisas que quero dizer.
Como um livro fechado, difícil de entender, difícil de suportar.
A sensação de que só sei expressar tudo isso com um único olhar, um único abraço e carinho.
As vezes sou café, as vezes sou apenas poeira vagando por imensidões desconhecidas.

Meus universos são rabiscos... E lá, bem lá no fundo há uma mensagem.
Uma única palavra, sobre todas as coisas que eu poderia dizer e não disse.
Sobre o tempo. Sobre o agora, o passado e o momento futuro que ainda não sei.
Sobre a saudade, sobre tudo aquilo que não me aconteceu.
Eu quero olhar bem no fundo de seus olhos, eu quero observar seus universos.
Seus instantes...
Sentir o seu circular, seus batimentos, seu coração...
Eu estarei aqui, por perto, embora não note.

E se eu puder fazer por ti o que ninguém jamais fez por mim, eu faço.

Observo suas constelações e durmo tranquilo.

Jonathan Villaça

 
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