quarta-feira, 11 de julho de 2012

Pó da Alma

Respire o meu pó e sinta-o conter como vidro nas entranhas da alma e sangue, no coração que bate e nos olhos que fecham em recuo protegendo-se da luz daqueles que lhe vigiam. Sinta-o cortar e sussurrar em pedidos de socorro no escuro. 
Em canto vazio isolado, ele sente medo, ele sente dor. 
Sem cor e gosto, cheiro ou ação. 
Respire o pó de vidro e sinta-o cortar, respire o pó e os demônios. 
Eu tive as promessas e os confessares na escuridão do sonho profundo. 
Sangue e dor, sangue e dor. 
Pelo mar perdido olhando para dentro de si mesmo trancando-se em escuro só.

Eu vi as lembranças e as luzes no fim da floresta junto aos galhos secos vermelhos.
Deuses e santos cruéis em apostas mentirosas e sangrentas à custa do prazer da dor dos perdidos, sozinhos caídos no escuro do sofrimento da dor. 

Diferentes cores, diferentes tons. Por cada erro cometido, eu levei a culpa. Diante dos cegos, diante da verdade e certezas que tanto julgam em verdades reais da razão incompreendida. Tão estranho e sem direção em ser naquilo que lhe criam e mastigam sem dó, matando e matando aos poucos. 
Queimar de uma vez, uma arma carregada não irá te libertar, é o que você diz. Uma voz que ri e outra que chora. Dentro isolado em estagnação descontentada sem limites certos de dor que machuca e maltrata. 
Uma chance para admirar e observar a distancia.
Você saberia o que sinto? Teria alguma certeza do que sou?
Uma mudança de cena sem lamentos. 
A tensão é tanta, não se pode mais aguentar. 
Afaste-se de mim, por favor, afaste-se. 

Veja só, o meu lado, veja só como é estranho
Era eu, esperando por mim, esperando por algo mais
Agora veja eu esperando por outra coisa

Não tente me entender ou se perderá, por favor afaste-se. 
Não segure minha mão ou se fará perdida em meu olhar. 

Sem promessas ou meios maduros, o que me causa em ser não são certezas e sim o que se acontece sem planos e horas incertas. 
Eu vi os estiramentos no meio e me observei do outro lado da dor. 

 Sobre o gelo e através do fogo. 

Jonathan Villaça

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Doce Inferno


Minha fome, meu desejo
É por vida e morte
É pelo desconhecido insano profundo de amor e amargura
Dor e liberdade em mergulhos profundos que causam calafrios
Verdades escondidas e inexploradas, eu exploro e desafio
Tenho sede, fome e estranheza desconhecida procurando desvendar segredos
Sede junto à fonte eu morro, eu sinto sede desde o nascimento e criação
Não me digas e não me imponhas
Não digas nada, nada que digas me fará verdade por ter sido dita
Não estou pelo criado, estou pelo desconhecido
Desvendar e criar um novo mito para que sejas descoberto

A necessidade escarra em escravidão miserável do necessitado que tanto depende.
Eis que lobos surgem e devoram sua alma. Seu direito de viver e morrer escravizados em dor eterna.

Qual fora o demônio que me fizestes em mistérios ocultos e vinho místico de sedução noturna?
Sob lua cheia e perfume de aroma vermelho do nada posso dizer e do chegas e faças?
Eu sou a maçã do éden, o sacrifício noturno e o sol do novo mundo.
Livre e desconhecido.
O sano insano angélico, capaz da maior ternura e dor.
Amor intenso. Anjo bom, Anjo mau.
Desejo e luxúria, Qual fora o demônio?
Inocente e profano, rei e lobo.
Perigoso e extremamente inteligente.

Rostos desaparecem em miragens...
Não há um encontro.
Escondido em floresta noturna, mistério e força, meu maldito supremo.
Minha febre.
Jonathan Villaça

 
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