quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O mundo é um palco


Vocês parecem felizes, de longe, parecem amigáveis.
Eles parecem estampar um sorriso no rosto e uma tristeza no olhar.
Era firme a felicidade e os sorrisos quando de longe.
Eram demônios e crocodilos em ânsia por sede de sangue e maldade.
Eram alguéns querendo algo mais na ilusória certeza de saciar a vontade no rótulo de felicidade e prazer.
No pensamento insano de desgraça, eram todos desgraçados achando graça e esbanjando fartura diante de suas mentiras contadas a si mesmos.
Esbanjando sorrisos de frustrações, esbanjando o medo de não serem aceitos como são.
Esbanjando medo oculto no palco da miséria onde o teatro era esbanjar riqueza.
Onde a realidade se enconde por trás de uma farça, uma mentira que desejam acreditar por medo da verdade.
Medo, medo de falhar.
Medo de não ser auto-suficiente.
Medo de não ter em quem por a culpa.
Medo de não ter forças para se levantar.
Medo de descobrir que o branco tem sabor de lama.


E nunca me senti tão profundo, tão alheio, tão raso de mim.

Eu sou insensível e sem memória, eu sou igualzinho a você.

Existe desespero nas montanhas do norte, existe confusões, mentiras.
Existem guerras por todos os lados, existem corações partidos.
Existe uma beleza escondida por trás do vidro embaçado.
Existe um reflexo por trás do espelho, existe o medo de enxergar, existe o medo da própria visão.
Existe a morte da própria fé, existe uma esperança que nos acorrenta.
Haverão sempre soldados no campo de batalha, além da linha vermelha, uma glória banhada a sangue e promessas.
Uma maneira estranha de conforto, aceitar a dor e ser derrotado.
O cheiro de pólvora invade a narina, o coração bombeia adrenalina, você sente a boca seca.
Sente medo, solidão.
Uma vida que se esvai sem ter se dado a pureza de enxergar o amor.
Era certeza, era terror.

Ame ou Odeie-me por favor.
Uma agonia engasgada no centro de uma embriagues.
Era liso, era áspero.
Era sangue.

Ele escorre entre os dedos, entre os pés, entre os ralos.
Entre a boca, entre a alma.
Ele fumega em vossos pés.
Era ódio, era dor.
Uma vida seguida de mortes.
Desespero.

O assassino caminha pelo corredor, ele abre a porta e...
Ele continua pelo corredor... em busca de dor ou coragem.

Jonathan Villaça

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Meu próprio parasita


Você pode pegar uma faca e enfiar em minha garganta.
Poderia esfaquear minha alma, rasgar meu coração.
Eu prometo, não sinto nada.
Eu prometo, não sinto dor.
Isso é tão normal aos sacrifícios de quem não conhece o que você é.

Diga olá e eu lhe darei um sorriso.
Diga amor e eu lhe darei meu coração.
Diga sim, e eu lhe darei meu sangue.
Sirva-se do meu sangue em uma taça de vinho, mastigue meus cacos.

Quer saber como eu estou? Marque uma data.
Uma crença, uma verdade.
Abrace um corpo pálido, segure uma mão marcada.
Uma dúvida a mais para salvar meu nunca.

É muito fácil, é só você dizer.
É tão simples, é só você fingir.

Pegue suas cartas de verdades, entregue-as ao santo Deus
Pegue uma arma, você pode machucar.
Cometa um crime, é muito fácil pedir perdão.

Mastigue meus cacos e diga não estou afim.
Olhe para dentro de si, sinta-se a vontade com o seu prazer.
Não se preocupe com a minha dor, você não pode senti-la.

Veja ele trancado. Existe uma corda presa lá em cima.
Um espelho em frente. Uma música estranha, talvez.
Um caderno escrito, uma folha rasgada.
Rasuras na alma. Paredes em testemunha.
Um vento lá fora pede por carinho, parece tomar o rosto...
Era morno, tornou-se frio.
Não há importância.
Pensou em uma palavra, pensou em um nome.
Pensou em dizer...
Fique bem. Talvez eu não tenha sido a melhor pessoa do mundo.
Não se importe.
Olhe lá, um cabo pronto em esganar.
Uma maneira irônica de sentir-se sufocado. Por um momento a pressão não existe mais.
Ele sorriu...
Veja a punhalada de feridas em suas mãos
Veja ele morrer em seu quarto
Ele está morrendo em seu quarto
Ele está morrendo em seu quarto
Rubrica para mim, Hematomas de uma estranheza.
Ele está vindo, Eu não me importo.
Não gostaria de lhe agradecer, bem, eu não me importo.
Odeie-me com todas as forças.
Eu não ligo. Deu o seu único amigo dos prazeres.


Nunca terminou sua sentença
Permaneceu em isolamento
Pelos dias seguintes
Família circulando
Porque ele alcançou
Todos os estilos de heresia
Finalmente ele apareceu inesperadamente
Procurando por uma maneira de se livrar.

Jonathan Villaça

 
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