domingo, 14 de julho de 2013

Estilhaços

As vezes, o silêncio é tudo o que temos.
Poucas palavras e um papel amaçado.
O notável inotável de quem não quer.

Vagar por mundo que perdeu o sentido é estranho.
As rosas são belas, mas seus espinhos me fazem sangrar.
Seu cheiro me vicia, me atrai, me azeda e me mata.

Passo a madrugada em claro. Olhando o teto. Tentando encontrar o equilíbrio em meio ao total desequilíbrio.
Sinto agonia de mim.
Bato a cabeça na parede buscando um estalo que me leve a um novo rumo.
Fecho os olhos na esperança de sonhar com um lugar bom.
Sou um inseto em um pote com furinhos, lutando para respirar.

E sou a discórdia na hora do almoço em família enquanto todos engolem o arroz com feijão a seco disfarçando seus sorrisos amarelos entre olhares de dó.
E sou a escapada sem aviso. E quero pintar as paredes de cor de abóbora para depois pendurar quadros com desenhos infantis. Meus velhos desenhos infantis,
com casas sem telhados e um córrego descarregando a fúria das águas vindas do alto da montanha que por lá imaginei.
Eu viro as noites em claro com medo do escuro. Vasculho os armários em busca de algum vestígio de mel.
Perfuro o espelho e não encontro absolutamente nada do outro lado.

Tanto tempo sentado aqui.
Não ouvi o aviso.
Esperando a fita funcionar.
Temos nos movimentado em situações diferentes,
Sabendo que aquele tempo poderia vir.
Só para ver você se despedaçando,
Testemunha do seu coração vazio...

Vagarei pelos meus tempos até onde suportar.
Esta linha bamba e desconcertante parece querer me ancorar do alto de um balanço onde as visões são apagas e entregues a um fim.

Quando o tempo está na porta, e ele escorre para o chão...
E você sente que pode tocar...
Todo o barulho é demais.
E as sementes que são semeadas, já não são o seu próprio.

Te levarei para passear através do sofrimento profundo...

Jonathan Villaça

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