terça-feira, 30 de julho de 2013

Apatia

Vou bagunçar os movimentos e suas paredes acinzentadas, cruzar seu céu e desabar feito chuva.
Pintar as paredes do quarto de abobora, colecionar figurinhas desbotadas e desfigurar minha imagem no espelho.

Deixe o tempo, deixe o tempo passar. Deixe-os partir, deixe o tempo nos devorar e partir corações ao meio.
É tudo antigo, o sentimento é antigo e constrangedor, a dor é real. Uma agulha anti-movimentos, deixe-os parar e congelar.
Portais sem entradas de conexão, um conector rejeição, incompatível ao alguém que tem algo a oferecer.
Jardins florescentes abortados na lama, queimaduras em pó. Irão reduzir seus sonhos a pó.

Sua voz serena perpetua o outro lado em um toque não correspondido.

Quando o sono não vem e mil andares de pedras despencam na fúria de um grito berrante.
Você não pôde ouvir. Não pôde tocar.

Papéis e cigarros.
Gavetas e pedaços.
Pedaços, pedacinhos... É o que tenho.
Restantes, é o tempo de agora em migalhas que me foram deixadas.


Com as mãos movo o balanço para cima e para baixo.
Quando perdi a inocência me transformei num atalho para o abismo e quando olho para o fundo,
dedico minha coragem ao desejo de me atirar de cabeça e minha cabeça está vazia como o abismo.

Sinto sede, e não há líquido.

Sozinho estático na porta, e então desapareço.
Vejo você desaparecer.

Dormiu tranquilo e o pesadelo atormentou.
Respiração quase que para, morte sonolenta... O ar não vem.

Como queres desvendar todos os meus segredos se não consegues me ouvir?
Renunciou à auto-preservação
Dos outros que apenas importam-se consigo
Uma cegueira que toca a perfeição,
Mas machuca como qualquer outra coisa.

Para onde ir, se os caminhos me causam enjoos? Por onde sonhar se todos os seus sonhos são traídos?
Que terra tocar sem que lhe arranquem o coração? Como sentir quando simplesmente lhe parecem queimar o coração?

Acho que o que sinto é raiva
Acho que o que sinto é vazio
Desejo que distância de meu mundo passado sem um reflexo futuro.
Isolamento, apatia e amor.

Andar em silêncio, destruindo-se como uma mascara de ódio próprio.
Sua confusão, minha ilusão.

Deixe-me correr e congelar feito pedra e vidro que se espatifam em mil pedaços esquecidos.

Sinto uma insuportável dor no estômago e não consigo gritar.

Derrames em gotas vermelhas sobre a terra do sol ofuscado.
Restantes vendidos e estraçalhados, cheiro salgado sabor plastico.

Luzes em excesso, além de todo o alcance, iremos rodar e ver o que encontramos.
Iremos rolar abaixo e cavar. Tudo acaba solitário.
Uma coleção sem valor de esperanças e desejos antigos.

Sem sabor alimentar, parece tão sem sentido e indesejável...
Água rala, desnatada e fabricada, justificativa de um perdão de tão fácil dizer...

Você chora em seu sono, em seus conflitos escondidos.

Através da tela de arame, observa aqueles em pé lá fora...
Este sentimento vai me dilacerar, novamente.


As luzes parecem intensas quando você alcança o lado de fora, em um passeio antes do fim.

Jonathan Villaça

Um comentário:

  1. Muito lindo!!!! Palavras tocantes, o som de fundo perfeito!!!! Está cada vez melhor!!!!!! bjos

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